sábado, 13 de fevereiro de 2010

As três mortes das estrelas

As estrelas "nascem", ou seja, formam-se quando uma enorme nuvem de gás começa a se concentrar, ficando cada vez menor e mais quente. As partes mais externas da nuvem começam, então, a cair em direção ao centro. Esse "nascimento" pode levar um milhão de anos, o que não é muito tempo quando se fala de estrelas.
Depois disso, a parte interna da nuvem fica tão quente que se transforma num enorme reator nuclear, quer dizer, uma verdadeira fábrica de luz. A nuvem original era composta principalmente de hidrogênio, um gás muito comum no Universo, inclusive em nosso planeta, onde se encontra, por exemplo, na água. O hidrogênio é o principal combustível do reator nuclear que existe dentro da estrela. Ele produz a energia que faz brilhar o Sol e as milhares de estrelas que vemos no céu.
Começa aí a parte mais longa da "vida" da estrela. É um período que pode durar muitos bilhões de anos. Depois desse tempo, o combustível acaba e a estrela começa a "morrer". Ela ainda pode usar outros combustíveis, como o hélio, aquele gás que faz os balões ficarem bem leves. Mas isso só aumenta um pouquinho a vida das estrelas.
Agora, tem uma coisa: as estrelas não morrem todas do mesmo jeito, nem a duração da vida é a mesma para todas elas. As maiores e mais "pesadas" gastam mais rapidamente seu combustível e por isso duram muito menos, apenas alguns milhões de anos. Assim, dependendo da quantidade de massa que têm, as estrelas podem morrer de três maneiras diferentes.


GORDAS, MAGRAS, GIGANTES


Depois que a estrela se forma e durante a maior parte de sua vida, seu tamanho não aumenta nem diminui. O Sol, por exemplo, está mais ou menos do mesmo tamanho há alguns bilhões de anos. Mas quando acaba o combustível, as coisas começam a mudar: desligado o reator, a estrela não consegue suportar mais o peso das camadas que estão perto do centro. Essas camadas acabam desabando sobre o centro. Isso faz aumentar a temperatura e a produção de energia, a ponto de empurrar para fora as camadas externas da estrela, que fica inchada e menos quente na superfície. É nesse estágio que ela recebe o nome de estrela gigante vermelha. Uma estrela assim é Betelgeuse, da constelação de Órion, que fica perto das Três Marias.
Se a estrela for das mais "magrinhas", mais ou menos como o Sol, ou um pouco mais pesada, ela começa a tremer, a tremer, até expulsar de uma vez só toda sua camada externa. Vocês estarão pensando: mas como é que os astrônomos sabem disso? Acontece que essa camada se espalha lentamente pelo espaço, aumentando cada vez mais de tamanho e adquirindo um brilho intenso. Isso pode ser observado num telescópio. Nessa fase, a estrela é uma nebulosa planetária, um dos corpos mais bonitos do céu.
Nebulosa planetária

Enquanto isso, a parte interna da estrela vai ficando cada vez menor. Primeiro, ela é a estrela central da nebulosa planetária. Depois, transforma-se numa anã branca , uma estrelinha quente e muito densa: uma colherinha cheia com o material que forma essa estrela pesaria algumas toneladas! Sem combustível, a anã branca vai esfriando aos poucos, até se transformar em anã negra , que é uma espécie de cinza de estrelas. A anã negra é pequena e praticamente invisível. Os restos de objetos muito menors que o Sol e que não chegam a ser estrelas são chamados de anãs marrons.


UMA EXPLOSÃO ESPETACULAR


Se a estrela for mais "gordinha", digamos, oito vezes mais pesada que o Sol, sua morte é mais violenta e espetacular. Esgotado o combustível, ela também fica instável e sofre as mesmas tremedeiras que as outras. Mas a matéria é tanta que a queda sobre o núcleo é muito violenta. A estrela pode até acabar explodindo, formando uma supernova: a parte externa é expulsa violentamente para o espaço, enquanto a parte interna - o núcleo - fica tão pequena e densa que uma colherinha desse material pesaria milhões de toneladas.
Esse núcleo é chamado estrela de nêutrons. Ele gira muito rapidamente, produzindo ondas de rádio e de luz. Por causa desse movimento de rotação, o brilho da estrela aumenta e diminui, como se fosse aquela luz que fica no teto de uma ambulância ou nos carros de polícia. Essa fonte de luz intermitente é conhecida pelo nome de pulsar .

Quando uma supernova explode, onde antes havia apenas uma estrela fraquinha, aparece, no céu, uma estrela muito brilhante. Esse fenômeno é raro, pois não são tantas as estrelas "gordinhas". Por isso, os astrônomos estão sempre esperando ansiosamente por uma explosão dessas. No início de 1987 surgiu uma supernova na Grande Nuvem de Magalhães, uma galáxia próxima da Via Láctea, bem menor do que ela, e que pode ser vista em noites estreladas, perto do Pólo Sul.  

 
A supernova que explodiu na Grande Nuvem de Magalhães em 1987. Antes da explosão (direita) indicada pela seta. Depois da explosão (esquerda), com o brilho equivalente ao de milhões de estrelas.(AAO)

 

2 comentários:

Unknown disse...

achei interesante a parte q a estrela gordinha pode vira uma super nova e depois da muito brilho a um local pela q usso acontece pouco.
bjo

olhar ciencias disse...

ola que texto legal muito legal mesmo em??!!??!!??